quarta-feira, 11 de março de 2009

O MILK decidiu por mim!

É a mais pura verdade o que está escrito no título. Claro que me refiro ao excelente filme sobre a vida do político e ativista gay Harvey Milk ("MILK - A VOZ DA IGUALDADE"). Agora... por quê então o filme decidiu por mim? Simples e complicado! Ao iniciar este blog fiquei num dilema terrível: se deixava este título que contém o meu apelido ou se criava um pseudônimo para, anonimamente, relatar o que vivo e o que vivi. Confesso que não tenho muita paciência para prestar atenção se algo que escrevo está sendo alarmante demais ou que, no caso, me entregaria de cara! Se tivesse essa virtude creio que manteria meu nome e minha identidade em sigilo.
Pois não vejo problema algum em manter-se no anonimato. Questões de privacidade, preferências, dúvidas, reservas, enfim... criticar alguém que se encontra no armário é desrespeitar a opção alheia. Embora saibamos que se, seguindo o pedido de Harvey Milk, abríssemos todas as portas e deixássemos escancaradas, certamente já teríamos alcançado uma evolução social extraordinária e muitas vidas amargas e sofridas pelo preconceito teriam sido salvas. Pensando neste dilema, e influenciado pelo filme, resolvi não esconder minha identidade; mas também não a publicarei em outdoors (mesmo porque o prefeito da cidade nos proibiu disso!). Sim, o filme decidiu por mim porque me senti orgulhoso de fazer parte deste grupo; que faz parte desta sociedade maluca.
Quero ter a liberdade de escrever aqui sobre minha vida e sobre o que penso e quero que vocês possam ter a certeza que existo e que podem discutir abertamente sobre o que quiserem. Não quero esconder minha identidade. Na verdade acho que preciso fazer isso para ter uma. Mas vocês que não querem abrir suas portas e suas janelas... por favor! Sejam bem-vindos e saibam que não estou de forma alguma criticando-os. Apenas eu, como indivíduo, decidi o que fazer com a minha imagem e vocês precisam se fundamentar nas suas decisões e manter-se firmes, não importa qual seja o caminho escolhido, mas que seja feito com dignidade e sem usar a imagem alheia como escudo (falo com propriedade porque já agi assim e é abominável). Não entenderam? Um exemplo: decidir ficar no armário é uma opção, mas estar ao lado dos amigos héteros e comentar, quando um carinha passa ao lado, "viadinho, filho da puta, vai queimar no inferno... aprende a gostar de buceta!" é uma atitude sem adjetivos suficientes para classificá-la nas escalas mais inferiores da moral e da índole. Este é apenas um exemplo que citei mas gostaria que muitos outros não fossem mais praticados por aí a fora. Quem sabe, se eu chegar à minha velhice gozando plenamente de minhas faculdades mentais, possa apreciar a juventude crescendo e sendo respeitada pelas suas decisões e suas orientações. Um grande beijo e um forte abraço a todos! "Eu sou Sandero e quero recrutar todos vocês!"
... e termino esta postagem com o vídeo do Coldplay: Viva La Vida...

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