sábado, 27 de março de 2010

Tudo Sobre Você

Este post é dedicado a você G. Hoje conversamos pelo msn sobre o que está acontecendo entre nós. Há dias vinha me remoendo com pensamentos que me levavam a questionar porque eu continuava querendo estar solteiro ao mesmo tempo que saía com você. Dormia com você, em algumas poucas noites, é verdade. Mas esses momentos que tivemos foram especiais e me pergunto: por que não pode ser levado adiante? Por que, dentro de nós, existe uma válvula que libera ou não libera o nosso sentimento mais forte por uma pessoa involuntariamente. Não controlamos. Não sabemos sequer onde se encontra esse mecanismo tão cruel. Digo cruel, porque encontrei em você diversas qualidades que aprecio num companheiro. Mas isso não foi suficiente para que esse cruel agente dentro de nós me liberasse para uma entrega total.
Juro que, com todos os lances que vivemos, eu dava por certo que me apaixonaria fácil por você.
Dizem que não escolhemos por quem nos apaixonamos... eu sei e concordo. Por isso mesmo fiz questão de prolongar todo esse tempo entre nós para que as chances aumentassem. Pois já fui perdidamente apaixonado por um rapaz que, ao vê-lo pela primeira vez, me deu vontade de inventar uma desculpa qualquer e correr pra primeira balada aberta ou grupo de amigos disponíveis!
O que me agrada e me deixa aliviado é saber que você tem consciência de tudo isso e soube entender. Foi perfeitamente compreensivo e verdadeiro. Desde o primeiro dia até este momento de nossa conversa você jamais teve a imbecil atitude de jogar com as palavras ou usar do orgulho para se defender.
Você me mandou essa música cantada pela Zélia Duncan e acabei carimbando nosso "caso" com ela.
G, não sei "Tudo Sobre Você"... mas o que sei me faz ter a certeza de que sempre surgirá um sorriso em meu rosto quando me lembrar de nós dois juntos. Não preciso saber Tudo Sobre Você para desejar toda a felicidade que você merece e merece muito. Alguns corações partidos que estarão lendo esse relato quererão me agredir por estar sendo tão idiota em escrever tudo isso aqui pra você. Mas não resisti. Porque lhe conhecer foi ótimo, marcante, enriquecedor, prazeroso, incomparável, e verdadeiramente sincero!
Um beijo carinhoso... (por falar em carinho, adivinha do que estou sentindo falta!!??)




quarta-feira, 17 de março de 2010

Mundo Pequeno (Tiny World) Parte 1

Colocando uma versão supostamente original entre parênteses vocês devem estar se perguntando que filme será esse! Mas é palhaçada minha. O título em inglês foi por opção. Para ilustrar um caso que me aconteceu recentemente.
Sempre que vou a baladas procuro não esperar encontrar alguém interessante. Vou para curtir a música, para beijar e para beber. Há algum tempo procuro evitar conhecer pessoas pela internet. Cansei desse contato virtual _que por muitas vezes é a única saída_ onde criamos tantas expectativas e imagens que, ao partir para um encontro real, o mundo virtual desaba e destrói qualquer possibilidade de sucesso entre as duas pessoas. Decidira correr mais pelas noites de São Paulo e Santos. Frequentar bares, trocar olhares, criar coragens, enfim. Fazer dessa busca um programa mais interessante do que colar a cara diante do monitor.


Numa certa noite de sábado de outubro ou novembro do ano passado, um primo bem mais novo que eu me chamou para conhecer uma nova balada, que abrira na noite anterior em Santos. Não pensei duas vezes. Três horas depois lá estávamos. Chegamos à meia-noite e estava muito vazia. Parecia, de verdade, início de festa de debutante. Pensei: "preciso sair desse mico e salvar minha noite". Mas entre pensar e tomar uma atitude passou-se o tempo e a balada lotou.
Música, bebida, dança, esbarrões, pisadas, empurrões, derramamentos de líquidos em seu corpo, olhadas, beijos, mais beijos, um pouco mais de beijos e o tempo passando...

Às 4h35 da madrugada meu primo me segurou pelo braço dizendo que já era hora de irmos. Estávamos, também, na companhia de uma amiga sua. Ao me virar para percorrer o caminho da saída, um rapaz esbarrou seu braço em mim num forte impacto. Na mesma hora ele se virou pra mim e pediu desculpas segurando meu rosto com suas duas mãos e logo enseguida disse: "nossa, você é lindo!" (o blog O Código Sandero declara que todas as opiniões expressas aqui neste veículo é de inteira responsabilidade de seus autores, proclamadores e difusores, não tendo o escritor deste conteúdo, qualquer intenção de promover-se).
Quando ele disse isso dei-lhe um beijo e fomos nos correspondendo com as devidas continuações: beijo no pescoço, na orelha, na boca novamente, no queixo, etc. A uma certa altura ouvi meu primo dizendo próximo a mim: "logo agora que íamos embora você resolve se casar!"
Depois de uns 15 minutos me afastei dele por dois motivos: respirar e tentar dar continuidade àquilo tudo!

Eu: "Preciso ir embora. Estou de carona com meu primo."
Ele: "Vamos pra algum outro lugar. Um motel."
Eu: "Acabei de te falar que estou de carona, não estou com carro. Você está?"
Ele: "Eu não."
Eu: "Nem a pau eu entro a pé num motel!"
Ele: "Mas e agora? Eu quero ficar com você!"

Neste momento, parei para analisar a praticidade do garoto de já me convidar pra ir a um motel e ainda assim, a pé! Minha conclusão era a de que o que eu estava pra lhe propor não seria, portanto, ultrajante; tão pouco eu correria risco levando-o para minha casa pois em relação a defesa pessoal, entre ele e eu, me garantia.

Eu: "Vamos pra minha casa. Meu primo nos deixa lá." (aprendi a ser folgado assim com a minha Sorellina)
Ele: "Mas não tem problema?"
Me empolguei com sua pergunta que demonstrava sinal verde mas precisava informar-lhe um detalhe que talvez causasse sua desistência.
Eu: "A única coisa é que minha mãe está em casa. Com certeza já está dormindo. Mas eu tenho o meu quarto, fica sossegado. Há! Moro um pouco distante daqui. Não se importa?"
Ele: "Por mim, de boa! Vamos?"
A continuar...

Direito de Amar (A Single Man)

Aproveitando a coincidência da última postagem com o título original deste filme... bom... ah, esqueci o que eu ia falar... de verdade... enfim...
...neste último domingo, 14 de março, fui ao cinema com minha irmã assistir Direito de Amar. Meu primo me pedira pra que fosse preparado para ver esse filme. Mas o safado não me informou que a personagem principal possuía pontos em comum com a minha vida. Mas talvez porque no fundo ele realmente não tenha visto semelhanças. Afinal de contas, num filme como este, nós ficamos mais concentrados em encontrar pontos em comum em nossas próprias vidas e não na dos outros.
O filme é intenso, silencioso que nossos pensamentos chegam a se tornar importantes coadjuvantes na história.
Esse filme, meu caro amigo Anônimo, mostra exatamente o que tentei lhe falar sobre aprender a gostar demais, primeiramente, de si, para poder enxergar a solidão de uma forma mais neutra, natural (calma, embora eu defenda a tese, pretendo encontrar um companheiro também! rsrs estou contigo nessa!).

Um outro detalhe importante mostrado na vida deste cara é a amizade. Uma figura marcante na vida dele. Uma mulher com personalidade e dotada de total liberdade pra criticá-lo e colocá-lo contra a parede. Enquanto eu acompanhava a história, minha irmã (de consideração) estava ao meu lado e eu não fazia ideia se ela estava gostando ou não do filme. A única coisa que eu tinha certeza era que ela é para mim, o que essa amiga é para o protagonista (com certas óbvias ressalvas). Uma amiga que gostaria que eu não tivesse essa orientação sexual mas que me acolhe e me respeita muito mais até do que ela se achava capaz. Com minha irmã não tem tempo ruim. Nós nos criticamos e segundos depois estamos indo jantar fora ou correndo pro computador pra ver que filme está passando. Ela também critica minhas inquietações e dúvidas sem se lembrar que é, também, uma perdida nesses quesitos com sua própria vida. Portanto, é um companheirismo infinito, inesgotável. Nos permitimos corrigir um ao outro, porque em momento algum nos dizemos perfeitos. Mas talvez seja exatamente por não nos considerarmos perfeitos é que consigamos dar palpites para um melhor aperfeiçoamento alheio. Já que olhando para a vida de quem amamos, é muito mais fácil dizer se a grama está verde ou não. Do que tentar enxergar nossa própria condição. Ou porque nos é difícil, ou simplesmente porque sempre protelamos esse processo complicado. Fico feliz de ter essa amiga-cúmplice... além de outros valiosos amigos, claro!
Mas neste filme, só há espaço pra minha Sore e pra mim! Ops... a um rapaz que pegue meu endereço na secretaria, certamente, não lhe negaria espaço! (tá bom Sore! O cara do estacionamento pode ser seu! humpf!)

sábado, 13 de março de 2010

Solteiro? Sim. Tô de boa? Não sei.

Dia 4 de novembro de 2007 me mudei para o apartamento onde moro atualmente. Deixei para trás meu então namorado depois de quase dois anos de relacionamento. Motivo da separação: uma incógnita. Às vezes acho que caímos no comodismo matrimonial, às vezes porque a sensação de que eu tinha ainda muita coisa pra viver (como solteiro) era muito forte; mas também há o lado do outro, do meu ex-parceiro. Não procurei saber seus reais motivos e confesso que não me interessei. O que prometia vir pela frente era muito promissor pra eu ficar remoendo sentimentos que já haviam sido trabalhados e muito bem aproveitados. Só sei que ambos terminaram em comum acordo. Sem brigas, sem broken-hearts.
Hoje, 13 de março de 2010, dois anos e três meses depois, posso dizer que não estava errado quanto ao futuro promissor; às promessas de aventuras e novas experiências. Vivi situações incríveis (no exato significado da palavra: não possível de se crer). Situações que faziam minha vida parecer uma série americana. Muito egocêntrico da minha parte comentar isso. Mas espero que entendam que essa é uma visão de quem escreve sobre quem escreve. Portanto não serei aqui hipócrita em agir com falsa-humildade ou descentralização forçada do meu ego. Afinal de contas, temos a liberdade de nos autoelegermos como protagonistas de nossas próprias vidas.

Durante esse período (que ainda perdura) já passei por fases de querer encontrar alguém pra namorar sério, pra apenas ficar, pra transar somente, conversar, conhecer e até mesmo de tentar voltar para "ex"! Através disso tudo, deu-se um processo de autoconhecimento espetacular. A paixão que passei a ter pelo que sou, pelo que faço e pelo que vivo alcançou proporções extratosféricas. A ponto de um simples "agradecimento" aos céus passar a ser intenso a cada dia que nasce.
Com isso, tornou-se muito mais difícil encontrar a pessoa certa pra se juntar a mim. Não me tornei_ importante esclarecer_ uma pessoa difícil. Apenas meu ser passou a buscar naturalmente alguém que possua a mesma paixão pela vida. Os mesmos impulsos e loucuras que certos caminhos nos tentam a cometer. Uma pessoa que tenha a habilidade de transformar momentos amargos em interessantes oportunidades de valorização do que temos, do que somos e do que vivemos. Não apenas alguém que queira mudar seu status do Orkut em casado ou namorando. Mas sim alguém que saiba exatamente o que é estar em um relacionamento e domine a arte de balancear os seguintes: companheirismo com individualismo, entrega com reservas, respeito com exigência, flexibilidade com personalidade, sexo com amor, amor sem sexo, sexo sem amor (como é raro encontrar alguém que saiba curtir esses três últimos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!).

Portanto, estou solteiro? Sim. Quero sair dessa? Quero. Estou com pressa? Nãaaaaaaaoooo. Porque está tudo muuuuuuuuito bom, obrigado!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Tem alguém aí?!!


Oieeee... uuuuuuu?! Tem alguém aí? Olááááááááá - lá - lá - lá... hummm ouço sons de eco por aqui. Minha nossa... abandonei mesmo o blog... como é que eu poderia esperar que estivesse alguém por aqui ainda?!!! Nem mesmo os participantes do Solitários do SBT aguentariam esperar tanto tempo (não! eu não vejo nem nunca vi esse programa).

Bom, galera.. é o seguinte: não mais continuarei com o Queer As Roommates por dois motivos: pra atualizá-lo eu teria que postar urgentemente vááários episódios passados e não conseguiria descrever tudo da forma que eu gostaria de fazer. Segundo, é que percebi que essa seção do blog exporia demais as outras duas pessoas que moram comigo: meu primo e seu marido. Tenho receio de, em algum momento, evidenciar detalhes de suas vidas particulares através de comentários inocentes que por ventura eu viesse estampar aqui nestas páginas. Ou, me conhecendo bem, se algo muito hilário acontecesse conosco aqui, eu não resistiria e postaria o ocorrido mesmo que causasse constrangimento a eles.
Enfim, estou aberto a sugestões...
Mas prometo que farei mais postagens como as antigas. É engraçado escrever nisso aqui. Parece que estou num ambiente totalmente sem iluminação, sem saber se tem alguém me ouvindo, se tem alguém ligando pra algo que escrevo (risos). Mas faço isso pra me sentir aberto e externado em relação aos meus pensamentos. Isso me faz bem.. e, de quebra, pode ser que entretenha alguém por aí.
Um grande abraço a todos!
Edu, Gabriel... se ainda estiverem por aí.. peço desculpas pela falta de comprometimento... e obrigado por terem resistido até não sei quando! hahahaha

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Queer As Roommates - A adaptação

Olá pessoal! Calma, calma, por favor, não me xinguem! Realmente esse lance de ficar postando meus comentários aqui, não está dando muito certo. Me falta inspiração ou iniciativa, ou os dois.

Mas hoje estou aqui pra contar a todos a quantas andam as novas mudanças e adaptações dos meus mais novos companheiros de apartamento.

O mês de agosto transcorreu com muita tranquilidade mas, adivinhem! Antes de chegar à cidade, meu primo me dizia que iria mudar meus hábitos! Que eu iria começar a dormir mais cedo, parar de gastar tanto, comer mais em casa. Enfim, mudar minha vida para tentar economizar para o futuro. Doce ilusão, acabou que EU (rsrsrs) os arrastei para os mais variados programas consumistas: restaurantes, lojas, livrarias, food delivery, etc.

Até mesmo os horários de sono, meu primo tem feito companhia até as tantas da madruga! Quem diria! Não sei, na verdade se isso é bom ou ruim pra mim. Só sei que tem sido muito bom dividir o apartamento com eles.

Meu primo, o R, e eu temos nossas diferenças. embora tenhamos uma história antiga de relacionamento de amizade e rica em experiências, ambos sabemos que às vezes nossas opiniões se divergem, ou o nível de tolerância baixa demais. Sinceramente, eu acho isso completamente normal e saudável. Afinal, seria muito água com açúcar viver numa novelinha de época do horário das 18h! Esses momentos de baixa tolerância creio que seja mais da parte dele do que da minha. Pois sou muito pentelho em diversos setores. Escuto músicas, ao gosto dele, horríveis, fico toda hora inventando programas que se convertem em gastos, enfim... sou um irmão mais novo dele que enche o saco!

O L conseguiu um emprego no final do mês passado. Isso nos trouxe mais tranquilidade visto que sua situação era mais emergencial devido ao fato de ter deixado sua família em São Vicente, meio que em pé de guerra. Embora a conquista desse emprego tenha aumentado significativamente a angústia e a ansiedade do R, que mesmo tendo uma situação mais confortável no setor familiar, está com suas finanças bem comprometidas e a cada dia que passa o nervoso aumenta, por não saber o quanto poderá arcar com os custos de sua vida aqui em São Paulo.

Dia 27 de setembro foi meu vigésimo nono aniversário. De início havia decidido não comemorar com festa. Especialmente decidindo não descer a Santos para evitar que minha família se reunisse e me forçasse a fazer a tal festa. Engano meu! Minha amada mãe foi inventando uma coisa aqui e outra ali, booom! Quando vi, 14 pessoas estavam dormindo no nosso apartamento aqui em Sampa no fim de semana!

Esse evento trouxe uma outra preocupação ao R: o fato de alguns familiares não saberem exatamente da nossa condição. Especialmente um casal, Sérgio e Kátia (Sérgio, ex-padrasto meu e Kátia sua atual esposa, não entendeu? Nem tente entender!) Eles viriam com a filha deles, Gabriela. O ponto crítico era o detalhe de eles pertencerem a uma religião protestante, trazendo-nos a perspectiva de que houvesse, muito provavelmente, uma certa intolerância ao ver uma cama de casal para dois homens no quarto deles.

Acabou que, no decorrer do final de semana, eles foram maravilhosos conosco. Enfrentaram a situação com tamanha naturalidade que meus primos sequer sentiram o impacto da exposição de seu relacionamento à família. Tudo correu muito bem, exceto o barulho no condomínio com tanta gente!!!

Agora o mês de outubro chegou. Ontem, dia 7, foi o niver do R. Meu primão estava completamente imerso às preocupações e bastante deprimido, angustiado com a falta de resposta de uma entrevista de emprego (na mesma empresa que hoje trabalha o L, seu marido). Não achei justo passar o dia inteiro do seu aniversário dessa forma. Decidi ligar para alguns de nossos amigos, marquei uma reunião à noite em casa, desmarquei minha última aula da noite e fizemos, de última hora, uma pequena comemoração. Esse meu primo já passou por muita coisa ruim, inclusive algumas delas causadas por mim, e hoje, o que tiver ao meu alcance para diminuir os percalços que a vida lhe trouxer, eu o farei. Alguns, infelizmente, não podemos evitar, são coisas da vida (não querendo ser tão clichê, mas sendo).

Mas galera, preparem-se, porque o mês de outubro promete acontecimentos interessantes nessa casa! Já está se aproximando o dia em que eu vou dar a primeira puxada de orelha neles dois... e espero que eles tenham motivos pra puxar a minha também, para que eu não me sinta tão constrangido, hahahaha!

Nos encontramos aqui em breve! Um forte abraço a todos!
Ah! Se algum de vocês souber me dizer onde foi parar o meu copo ovalado de vidro e o guarda-chuva do R, por favor, me ligue! O intuito do Queer As Roommates é aludir ao Queer As Folks e não ao Lost!!!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Queers As Roommates - Begins

Sábado, 01 de agosto de 2009. Nem vou dizer a que horas acordei, pois não dormi. Sou declaradamente notívago, mas durante essa madrugada tive mais um motivo pra ficar acordado, cultivando minha ansiedade: a mudança do meu primo e seu namorado para o apartamento onde moro. O dia amanhece. Desisto de tentar dormir. Levanto-me, tomo um banho e preparo um café. Vou trabalhar. O dia começa a ficar agitado, os telefonemas não param. Ligo de tempos em tempos para Santos controlando os passos do pessoal de lá (se o carro já chegou, se todos estão prontos). Imprevistos, nervosismo, decepções, aumento da ansiedade, início de uma saudade. Todas essas sensações vão penetrando os pensamentos de R e L. E por que não, os meus.

Começo a retirar minhas coisas do cômodo que eles vão ocupar. Enquanto minhas pernas e minhas mãos fazem o trabalho minha mente viaja no tempo. Começo a observar como as portas de nossas vidas trabalham tão sincronizadamente. Meu primo R sempre foi muito presente em minha infância, em minha adolescência, em minha fase adulta inicial. Poderíamos ser protagonistas de um filme de dois garotos que só tinham um ao outro pra dividir nossos anseios, nossas dúvidas, nossos sonhos. Daqueles filmes que os roteiristas adoram romper nossos olhos em lágrimas matando um deles no final do filme. Pois é. Mas isso não é um filme. ainda bem. Agora estou mexendo nos armários preparando-me pra recebê-los em minha casa, na cidade que sempre sonhei morar, religando uma amizade que nunca deixou de existir. Meu "irmão mais velho" passando a fazer parte mais intensamente do meu dia-a-dia. Realmente não poderia desejar outra coisa. Ainda mais quando vem em "anexo" uma grande pessoa, execelente amigo, seu namorado L. Mesmo não tendo cultivado durante esses últimos 6 anos uma amizade com este rapaz, posso dizer que num curtíssimo espaço de tempo já o tenho como meu "dude". Mesmo porque, na minha ausência, ter feito companhia e dado felicidade ao meu primo, já seriam motivos suficientes para admirá-lo e agradecê-lo.


Minha mente se cansa de viajar e meus olhos começam a pedir descanso. Deito-me um pouco e acabo pegando num sono profundo. Acordo com o celular tocando. São eles. Malas e caixas sobem pelos elevadores. Os meninos conhecem o apartamento pela primeira vez. Os olhos não param de registrar nada. O nariz averigua o perfume do novo lar. As janelas lhes mostram a vista dos futuros dias que virão. E eu já estou me cansando de escrever dessa forma!


O que tá rolando é o seguinte: essa idéia de vir morar aqui é totalmente uma loucura! Só sai besteira nos papos! A adaptação deles está sendo muito cômica. Quando acordo ainda custo a acreditar que eles realmente vieram! Domingo nossa prima J, nos visitou, bebeu pra cacete! Não sabia nem o caminho de volta! R e L tiveram que levá-la. Morei com J durante quatro anos e os momentos que temos guardados na memória são fantásticos! É simplesmente inebriante conversar com ela e relembrar todos esses momentos e rir muito, mas muuuuito mesmo! Espero que o Alzheimer jamais consiga nos tirar isso.


Segunda-feira, dia de qualquer cidadão normal trabalhar, estavam lá, os três, caminhando pela marginal, a caminho do Shopping Bourbon. Eles, arrependidos por terem confiado em minha afirmação de que o shopping era perto, eu, louco pra pegar um taxi pra não ser espancado por eles!!! Pegamos um cinema, comemos no America, compramos na Livraria Cultura...


Dia seguinte, tudo correu bem, supermercado pela primeira vez à três. À noite, porém, um, num computador, o outro, noutro, e o terceiro, tomando banho. Resultado: queda do fornecimento de luz! Três gays no escuro, acreditem, não é dark-room, são três patetas esperando um eletricista de madrugada pra resolver a situação. Situação resolvida, uma das belas, "adormecida"... e o primeiro capítulo finalizado por aqui. Só não posso deixar de comentar um absurdo: dormimos em dois quartos que ficam porta com porta e ainda o R e eu temos a atitude de nos comunicarmos via MSN, como neste exato momento que vos escrevo! Boa noite, vou dormir!!!

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Sandero diz:
Primo, vou dormir! Dá uma olhada no blog, coloquei uma postagem! Fui

R diz:
:P inté
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(esssa conversa foi mera ilustração. Na verdade ele saiu sem me dar tchau!)

sábado, 18 de julho de 2009

Sou um comprador impulsivo!

Pra quem me conhece isso não é uma novidade. Essa novidade é só pra mim! Sério! Até pouco tempo me martirizava achando que eu fosse um comprador compulsivo (alimentado por leve nível de depressão e baixa auto-estima). Comecei a pensar seriamente em procurar ajuda de um psicoterapeuta mas como um comprador nunca acha interessante "comprar" sessões de terapia, fui protelando até o dia em que, navegando pela internet, descobri que há uma diferença entre compulsivo e impulsivo. Para minha felicidade constatei que me livrei da primeira classificação (que é considerada uma doença), mas ganhei a segunda (não menos séria, porém é apenas um hábito, um descontrole comportamental). Sou um comprador que é tomado por um impulso desenfreado quando saio às ruas e passo diante de lojas interessantes. Muitas das vezes o impulso é direcionado por um produto que não estava nem na minha lista de prioridades. Mas nossa mente é poderosa e, durante o momento crítico, nosso "diabinho da compra" veda a boca do "anjinho da ponderação" e nos convence de que a vida não será tão boa se não levar aquele produto pra casa! Hoje, por exemplo, estava andando pelo shopping e entrei na Livraria Cultura (liguem os alarmes! momento crítico chegando! gastos previstos!). Mesmo sabendo que em meu criado-mudo há por volta de 10 livros para serem terminados, fiquei à procura de algum título interessante. Encontrei: "O dia mais importante da história" (tão importante que nem lembro o nome do autor). Achei a leitura super prazerosa, conteúdo interessantíssimo mas CONSEGUI, sim eu consegui me livrar do primeiro impulso e me imaginei carregando nos braços todos os 10 livros que estão em meu quarto e que ainda não os li por completo. Subi as escadas, portanto, à procura de shows gravados em DVD. Agarrei um, agarrei o segundo e fiquei zanzando pela loja prestes a passar os dois produtos no caixa. O primeiro era um DVD da Maria Bethania. Fantástico, excelente e com várias músicas que se enquadram perfeitamente no jeito especial e interpretativo da artista. O segundo era do Michael Bublè. Artista que me inspirou a pagar o maior mico com um vídeo no youtube dublando uma das canções que ele interpreta (veja em youtube Sandero Na Onda Latina e se estiver com mais paciência pra ver besteiras, veja também Sandero Harper e Danielle Da Mata - Boa Sorte). Passados 30 minutos com os dois DVDs em mãos, desci as escadas em direção aos caixas e comecei a trabalhar meu psicológico. Passei a imaginar assistindo aos shows em casa. Que o apartamento continuaria o mesmo. Que tenho outras coisas importantes para comprar e que esses DVDs dariam uma soma de 134 reais (significativos para a aquisição de algo em minha lista de prioridades). Me senti um imbecil e larguei os DVDs diante das obras de Homero. Detalhe: peguei suas duas obras principais e quase, por impulso, me las compré. Pois é, meus caros amigos, ser um comprador impulsivo demanda um auto-controle que nem sempre resulta em situações bem sucedidas. Para quem escreveu um tempo atrás sobre VISA - PORQUE A VIDA É AGORA, até que estou me mostrando um tanto conservador.

Mas não se enganem, amanhã, por ter tido o sabor da vitória de não ter comprado 134 reais em DVD e 114 em Homero... gastarei 250 reais num blazer como recompensa da minha luta diária!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Queers As Roommates - primeira chamada

Alohaaaaaa!!! Finalmente uma nova postagem neste blog! Pois é... alguns meses sem escrever aqui e trago uma novidade que espero que não saia do ar tão cedo!


É o seguinte: moro em São Paulo há 7 anos e tenho muitas histórias pra contar sobre minhas experiências nesta megalópole. Porém, o que me traz aqui, nesta postagem, é o que se dará início a partir do dia 1 de Agosto deste ano! Meu primo R e seu namorado L passarão a morar por tempo indeterminado em meu lar, ou seja, a partir de agosto falarei "nosso" lar!



A notícia veio completamente inesperada no dia 8 de julho com a seguinte pergunta do meu primo R: "Sandero, você está realmente curtindo sua vida morando sozinho no apartamento?" (pois eu lhe havia dito que não mais dividiria a minha casa, que chegara a hora de viver sozinho até que eu encontrasse minha "cara metade"). Percebi, no exato instante de sua pergunta, suas intenções e fiquei muito feliz. Pois já havia comentado com a minha ex-companheira de apartamento (de quem tenho muita saudade) que depois dela eu não dividiria com mais ninguém com exceção deste meu primo. O R e o L são os donos do famoso blog Diga Xis Para o Passarinho (digaxisparaopassarinho.blogspot.com) e a versão "séria" do blog que é O Lado Sério do DXPP (oladoserio.blogspot.com) Dois blogs muito bem-sucedidos e com uma visão muito interessante do nosso mundo, até mesmo para os curiosos heterossexuais.

Portanto, apresento-lhes a mais nova coluna do blog O Código Sandero: "Queers As Roommates"! Uma homenagem à série americana Queer As Folk que terminou na sua quinta temporada mas que ainda estou vendo a segunda (risos!). Esta coluna relatará tudo que se passa no apartamento como: adaptação do casal na Big Cock (já que chamam NY de Big Apple, vou chamar SP de Big Cock devido ao formato interessante do mapa da cidade), acidentes culinários, discussões inflamadas, guerra de travesseiro (que péssimo isso!), programas culturais (sim, os gays não são acéfalos), procura de emprego, comentários da nossa família sobre o casal gay (pois a situação nunca foi aberta e nem assumida para todos, apenas para alguns parentes mais íntimos _ tanto de sua parte quanto da minha), momentos difíceis, momentos hilários, crises, sucessos, erros, acertos, enfim. Uma coluna que servirá de "janela aberta" e quem sabe até mesmo "porta aberta" para os que acompanham estes blogs e que gostam de antenar-se às mais diversas informações relacionadas ao mundo gay.


Não queremos estar sozinhos nesse mar de novidades que iremos enfrentar, queremos compartilhar com vocês essa experiência e espero que seja uma história de sucesso!




sexta-feira, 24 de abril de 2009

E aêêê... belêêêza!

Hoje à tarde estava eu, analisando a situação financeira da minha pequena empresa, vi que meu ex-namorado ficou on-line no MSN. Decidi dar um oi e uma piscada com aqueles sensacionais emoticons. Já havia tentado outras abordagens para chamar sua atenção, mas sempre ficava no vácuo! Eu o perdoava com o pensamento de que ele se tornou um cara muito ocupado e bastante concentrado em sua nova vida. Já que nosso relacionamento se deu no ano de 2001 e durou apenas uns 6 meses. Mas a piscadinha me deu sorte! Ele me respondeu e começamos um papo super animado e simples, com perguntas triviais e com apenas um comentário feito por ambos que deu um toque especial na conversa: "estou com saudades". Mas a ótima sensação que tive nem foi de frio na barriga ou palpitação, foi de satisfação por conseguir conversar com ele sem o menor interesse em reviver algo. Havia em mim somente uma vontade de poder estar diante dele, bebendo alguma coisa, travando uma conversa espontânea, rindo do passado, fazendo trocadilhos com aquela nossa intimidade, enfim, poder estar diante dele e passar um momento de troca de energia e desejar que o caminho dele seja sempre de conquistas e felicidade. É assim que vejo o que o tempo nos traz. Serenidade, confiança, paz e um amor incondicional pelas pessoas que passaram pelas nossas vidas.

Quando um dia nos encontrarmos pessoalmente e ele me cumprimentar como fazia com os nossos amigos em comum: "E aêêê... belêêêza!"; dando aquele sorriso marcante, com certeza vou dar um puta abraço nele e agradecer por ele ter me proporcionado tantos momentos de alta explosão de felicidade no ano de 2001! Valeu Vi!!!

Não poderia deixar de colocar essa música pra nós!


Ah, pessoal! Quase me esqueço! Esse meu querido ex-namorado, é o responsável pelo primeiro post deste blog existir! Beijos!

Eu te amo, cara

Por favor! Não me abandone! Começamos nossa história como nenhum outro casal jamais poderá começar... não consigo me imaginar abrindo meus olhos de manhã (2 p.m.) e não poder ler uma mensagem sua dizendo que já está morrendo de saudade desde que saiu de casa! Por favor! Minhas aulas não serão mais as mesmas!Fique. Deixe-me mostrar o mundo de felicidade que podemos ter!

Viiiiiish... ainda bem que isso não é verdade! Aposto que pensaram que iriam ler uma carta para o meu namorado. Mas como isso seria possível? Sequer tenho um! Mesmo assim, não suplicaria dessa forma, eu acho!
É óbvio que se trata do filme que estreóu (coloquei o acento agudo na O porque também quero reformar a língua portuguesa, humpf!) essa semana.
Hoje, 24 de abril de 2009, fui vê-lo no Espaço Unibanco do Bourbon Shopping (isso mesmo, estou colocando o local porque talvez algum leitor queira me encontrar ao acaso por aí... hehehe).


O filme é ótimo. Comentários inteligentes, discrepâncias sociais completamente naturais e condizentes com a nossa realidade. Como, por exemplo, um irmão gay que não tem nada do famoso estereótipo gay e o protagonista hétero totalmente afeminado em seus pensamentos, atitudes e postura.

Cada vez mais, vibro com o avanço cultural quanto à abordagem da pluralidade de nossa sexualidade... afinal, não quero passar o resto da minha vida apenas vendo filmes alardeando que vida gay é bela e que sofremos preconceitos. Quero me sentar diante de uma tela e apreciar uma obra que me faça sentir normal como todos os outros anormais com os quais convivo neste mundo!
Paul Rudd como "Peter"

Tenho um amigo heterossexual que mora em outra cidade. Crescemos praticamente juntos por causa da escola. Eu o acho muito bonito e gostoso, mas sempre quando tive vontade de conversar com ele sobre minha orientação sexual, quero dizer, quando quis contar-lhe que sou gay, dei um passo atrás e achei melhor ficar na minha. De certa forma, me sinto confortável com essa situação. Pois com ele posso conversar sobre outras coisas sem ter que passar pela interpretação na cabeça dele, de que comigo algo possa ser diferente por eu gostar de algo idêntico ao que tenho entre as pernas. Sim, é triste concluir isso, mas são raras as pessoas que sabem encarar com naturalidade um homossexual, que sabem levar uma amizade pelo simples fato de gostar da amizade e ponto. Meu primo uma vez me disse que se eu contasse a esse amigo que jogo no outro time, eu poderia me surpreender com uma declaração de que ele também joga, "porém se mantem na segunda divisão"! Já tive vários delírios e desejos por ele, nossas brincadeiras de "falso-macho" sempre me deixaram explodindo de tesão. Mas nem curto pensar muito a respeito, porque gostaria que a amizade que guardo no peito por esse amigo fosse sempre assim, até o fim.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Eu Não Estou Tão Afim de Você

Terça-feira, 31 de março, decidi ir ao cinema ver Ele não está tão afim de você. estava bastante apreensivo porque não queria perder meu tempo vendo mais um besteirol mas o efeito foi totalmente o contrário. Me diverti muito com as tiradas dos personagens e dos entrevistados. Principalmente de duas mulheres negras e acima do peso, revoltadas com as desculpas que os homens lhes dão para terminar a relação. Hilário! Sem contar que o filme te dá uma imensa vontade de ficar alerta e não deixar escapar uma oportunidade de ficar junto a alguém, especialmente se for para começar algo sério.

Quando o filme terminou, ainda sentado, liguei meu celular e apareceu uma mensagem informando que tal número havia me ligado. Esse número era de um carinha que eu conhecera na noite anterior e tivéramos uma conversa muito da hora! Na hora comecei a me empolgar achando que talvez isso não fosse uma mera coincidência. Que pudesse ser um sinal de que esse poderia ser o cara certo!!! Uhuuu!!! Decidi, então, ligar para ele! Quando o dito cujo atendeu, sua voz não me agradou em nada! Instantaneamente fui tomado por um desânimo absurdo. Porém, alguns segundos depois, ainda com ele ao telefone, eu já me divertia sozinho com a situação. Pensava o quão cômico tudo aquilo estava sendo e que seria idiotice minha ficar desapontado com isso. Simplesmente ele tem um estilo na voz que não me agradou e ponto. Fiquei feliz que não seria ele que não estaria tão afim de mim, mas sim eu que não estaria tão afim dele!
Vou esperar a próxima ligação agora! Humpf!


E deixo aqui, para vocês, o Trailer do filme! Não deixem de vê-lo!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Quanto mais conheço o homem...

Sempre quando escuto essa frase: "quanto mais conheço o homem, mais gosto do meu cachorro", fico completamente indignado e decepcionado com as pessoas que a proferem!
Não sou contra os afetos e os relacionamentos que as pessoas mantem com seus animais, porem esta frase é o perfeito exemplo do desleixo que a humanidade está passando a ter pelo respeito com o seu semelhante (sim, seu cão não é um ser humano!).
Acho belíssimo os cuidados, o carinho e a atenção que dedicamos aos animais... mas eles não podem servir de fuga para aquilo que eu acho ser a nossa missão principal: evoluirmos através do contato mútuo entre as pessoas.
Declarar esta frase... é desistir de atingir uma harmonia com alguém que gostamos ou odiamos! É deixar que as relações humanas passem a ser descartáveis e mergulhemos num profundo buraco anti-social. Estar com alguém é uma dádiva, seja um amigo, um irmão, um cliente, um desconhecido, um parente... poder trabalhar essas relações fazendo com que nos sintamos cada vez mais pertos um do outro. As brigas, os problemas, as invejas, as fofocas, as DRs (risos), as diferenças, os limites impostos, enfim. Tudo isso são ferramentas e obstáculos que nos servem para, lá na frente, atingirmos uma sublime capacidade de respeitar, entender e fazer parte da vida dos nossos "conterrâneos".
Portanto, prefiro dizer que "quanto mais conheço o homem...


... mais sinto vontade de me aprofundar nele!" (tenho certeza que vão pensar besteira! ts ts ts)

sexta-feira, 20 de março de 2009

GO! que eu vou junto!

"go quer dizer , em inglês. uma língua falada ao redor do mundo. pois você tem um mundo inteiro de oportunidades para aproveitar melhor a vida. go é um convite para viver tudo isso. go é o que faz a gente pular da cama e descobrir coisas novas. como a cor do mar numa praia diferente. o sorriso de alguém que recebe um presente de surpresa. ou o sabor de um prato que a gente nem sabia que existia. go é um convite para sair do lugar-comum e levar a vida do melhor jeito que você puder. porque o mundo está lá fora, esperando. etoda hora é hora de aproveitar. o que você vai fazer agora? um, doi, três e... go!




Ok. Podem me criticar por fazer merchandising de uma empresa de cartão de crédito. Mas adorei e não resisti! Tive que colocar aqui esse texto criado por algum ou alguns gênios da arte de impressionar e mexer com o nosso interior.
Sou totalmente seguidor da filosofia Visa e não me nego a defender a empresa. Sei que alguns dirão: "é, mas depois que chega a fatura é go para o banco pagar, que aventura!"
Sim meus queridos. Vocês estão cobertos de razão. Porém nunca reclamei tão pouco lamentei a cada momento que uma fatura chegava em minhas mãos. Uns sustos aqui outros ali, tudo bem, tudo passa. Mas os momentos que uma aventura impensada, não programada nos proporciona é muito mais duradouro que os dólares, euros e reais economizados por causa da sua cautela.
Numa boa, eu não quero ser um idoso com sua carteira cheia de dinheiro e conta corrente recheada e um ostensivo plano de saúde que me interne nos melhores hospitais 5 estrelas! Não! Se tiver que abandonar essa projeção futura em prol de um proveito presente e vibrante, prefiro ser um ancião deitado num leito de hospital público, num quarto com mais três companheiros de dor física, porém rodeados de enfermeiras e enfermeiros, médicos e médicas e familiares e recém-conhecidos à minha volta, estupefatos e contagiados com as histórias de minhas experiências e aventuras colecionadas com uma fome de querer viver tudo num dia só! E ainda, ali mesmo, na presença de todos, organizar uma festa para comemorar a minha alta!

Porque para mim, aproveitar a vida, é isso: fazer o que surgir em mente sem se preocupar que horas são ou se vai dar para pagar; é abandonar o navio cruzeiro com sua irmã pra se esconder numa praia deserta e dançar Frank Sinatra na areia; é andar com seu melhor amigo pela orla da praia até o dia amanhecer; é comer pão com mortadela e iogurte vagabundo no meio da sala esparramados no chão com aquela pessoa que tem a arte de ler seus pensamentos; é beber um bom vinho com seu companheiro de apartamento; é se hospedar num hotel 5 estrelas fingindo ser de outra cidade e conseguir enxergar sua vida através de um panorama completamente diferente... enfim... viver é um esporte maravilhoso.. porque você nunca sabe se está ganhando, pode trocar de time quando quiser ou fazer parte de todos ao mesmo tempo, você sente pela fé que o Juiz existe, mas Ele nunca te dá cartão vermelho, e a medalha da vitória já pode estar no nosso peito antes do jogo acabar. É só saber enxergar a essência verdadeira de tudo à nossa volta!


Não possuo sabedoria de vida para saber se este é o caminho certo. Mas na dúvida, prefiro começar a festejar desde já! Pensem nisso! Gostaria de ter mais loucos comigo nessa jornada!

quarta-feira, 18 de março de 2009

A Dúvida nos corrompe, nos tira o sono. Durmo tão bem!

Hoje, ainda em 18 de março, saí do hospital onde meu avô está internado e decidi caminhar pela Paulista. Não senti a mínima vontade de voltar pra casa. Tentei me propôr a ficar acompanhando meu avô durante a noite, mas a vaga já estava preenchida e o meu tempo ocioso.
Comprei uma entrada para o filme Quem quer ser um milionário? e fui vê-lo (sim, ainda não cheguei ao ponto da insanidade de apenas comprar o bilhete!). Terminado e filme, a vontade de botar os pés em casa ainda não havia surgido, portanto, voltei à bilheteria (21h07) e comprei outro ticket para ver A Dúvida (21h10).

Meryl Streep faz o papel da Irmã Aloysius Beauvier (excelente performance) que tenta descobrir um suposto envolvimento sórdido do seu superior, o Padre Brendan Flynn (Philip Seymour Hoffman), com um aluno de 12 anos, Donald Miller (Joseph Foster) da escola religiosa onde Irmã Aloysius dirige com pulsos de aço.

Gostaria de focar um assunto que me chamou a atenção nesse filme (e se você ainda não o viu, por favor, pare por aqui!) justamente na parte final em que Irmã Aloysius confronta o rancor e a incredulidade, por causa de seus atos, da Irmã James (Amy Adams) ao informar-lhe que conseguira derrotar o Padre Flynn e tirá-lo daquela paróquia. Após receber um questionamento emotivo e revoltado da noviça, a diretora da escola se derrama em lágrimas e confessa não estar certa se realmente o padre era culpado, além dessa confissão ter tido, para mim, uma conotação mais abrangente, englobando também os assuntos relacionados aos seus próprios erros e dúvidas. Essa mulher forte e fria não sossegou enquanto não conseguiu mostrar a si que estava certa. Porém, há um grande problema... por não conseguir provas, mentiu, inventou situações e ganhou, por isso, a famosa "consciência pesada".
Quando discuto algum assunto com alguém e este me diz que eu estou errado ou que eu me arrependerei do que disse, ou que só penso em mim, ou que estou sendo injusto com fulano... digo sempre com firmeza que a minha consciência é meu guia. Se no dia seguinte eu acordar com tranquilidade e paz de espírito é o que me importa. Sou bastante argumentativo mas quando alguém consegue dobrar meus argumentos e mostrar que estou errado, logo assumo. Pois não há nada melhor que poder olhar pra trás e ver que os passos certos foram aproveitados e os errados mais ainda! Manter-se nos degraus do orgulho só faz a gente ficar fora do alcance do ombro alheio. Muitas portas se fecham quando o orgulho consegue nos convencer de que nos tornará capazes de ultrapassar paredes! Quando na verdade ele é um amigo falso que na primeira oportunidade nos deixa sozinhos e sem as pessoas que mereciam as nossas desculpas e a nossa humildade.
Ah! Vale a pena ver o filme para escutar o sermão do padre sobre fofoca. Bem verdadeiro.
Hã, o que? Por que eu não comentei o Quem quer ser um milionário? Pô, gente! Não tenho mais que 15 reais na carteira e vocês querem que eu fale sobre a possibilidade de ser milionário! Tenham um pouco de compaixão! Essa fica pra próxima! Humpf...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Que diferença da Bichinha o Macho tem?

Que diferença da Bichinha o Macho tem?

Sei lá!
Espere aí que eu vou dizer, meu bem!
É que o macho tem trejeitos de homem,
fala grosso, coça o saco e a Bichinha, nem!



Me empolguei galera! Lembrei da canção de Luiz Gonzaga com Gal Costa (espetacular, por sinal) quando estava pensando no título desta postagem onde eu quero falar sobre a diferença de alguns gays e o problema psicológico que isso tem envolvido a relação entre eles, ops, entre nós!


Sábado passado, comemorando o aniversário de mamãe em um restaurante simples, me deparei com um garçom que chamou minha atenção. Seus olhos eram muito bonitos e seu rosto parecia ter saído de um spa dermatológico. Não era uma beleza incontestável mas tinha o perigoso ingrediente da libido gay: tem cara de ser hétero. Não sei se ele é ou não mas enfim, comecei a conversar com meus primos sobre meu interesse por ele (lógico que ilusório e platônico).
Meu primo até chegou a tirar umas fotos dele para me passar depois e uma delas cá está.

Com certeza se ele estivesse passando pelo calçadão da praia eu não olharia. Mas como todos à mesa eram familiares e amigos e os outros clientes do restaurante não possuíam atrativos físicos para serem contemplados, acabei mirando nele! Mas não é sobre isso que quero falar.

Na verdade essa situação apenas me remeteu ao seguinte questionamento: seria um distúrbio psicológico ou uma ilusão saudável de desejar ter em nossas vidas um homem hétero? Por mais que consigamos encontrar um namorado que, obviamente, é gay mas que não tem jeito feminino algum, continua dentro de nós aquele delírio utópico de que seria maravilhoso conquistar o coração de um hétero maravilhoso, dotado de todas as qualidades que uma pessoa deva ter.

Eu, particularmente, tenho medo de me descrever... mas meus amigos me garantem que eu passo por hétero tranquilamente (eles podem ser muuuuito meus amigos, vai saber!). Mas tenho uma pitada de bom-senso e sei que eles podem ter razão nisso. Não sou, ao contrário, um cara machão, que coça o saco e cospe na rua ou que anda parecendo que tem 6 bolas no meio das pernas... mas não requebro os quadris e tão pouco ensaio diante do espelho Britney Spears ou cenas de High School Musical! Já fiz , involuntariamente, algumas mulheres se aproximarem de mim com intuito de me conquistar mas no final tive que esclarecer a situação, ou pior, quando alguém lhes esclarecia por mim, elas criavam um ódio mortal contra a minha pessoa; acabaram confundindo gentileza com flerte. E esta mesma confusão ocorre em nosso mundo. Quando temos um amigo hétero e ele nos abraça demais, liga pra desabafar sobre suas chateações, pensa primeiramente em nós quando surge uma viagem incrível; tudo isso acaba fazendo com que, em nossa mente, surja uma esperança de que há nisso tudo um interesse a mais. Mas convenhamos! Tudo isso não passa de um delírio nosso, de um desejo profundo de que o nosso amigo macho, catador de minas, passem a nutrir sentimentos por nós, ou nutrir apenas um espaço vazio, sexualmente falando! Claro que não serei e nem quero ser um "estraga prazeres"! Acredito que isso possa acontecer; que um amigo gay consiga ter um relacionamento com seu amigo hétero após alguns lances profundos e de trocas de intimidades e confiança, sei lá. Mas o problema é que hoje em dia todos estão caindo nessa piração: "quero encontrar meu par ideal, mas ele precisa ser como o garoto propaganda das cuecas Aussiebum". Ok. O desejo é seu, mas se quer um deus desse pra si, ao menos você acha que consegue ser para ele, no mínimo, um garoto propaganda das cuecas Mash. Difícil, né! Você quer ter, mas não quer dar. Você quer ser gay afeminado, assumido e falando "nhaím, tô bege!" mas quer que o seu par ideal fique de frente pra tv vendo jogo de futebol com as coxas de fora e falando palavrão! Galera... acorda! Sejam coerentes com seus desejos! Primeiro aprendam a gostar de si, amem a si antes de tudo, apaixonem-se pelas suas próprias vidas, pelo que vocês fazem, pelo que vocês lutam! Quando vocês conseguirem sentir satisfação plena por suas vidas (não no sentido futuro, o que querem lá pra frente, não! Falo no agora, no momento! Ter orgulho da vida que possuem e do que vocês são) aí sim vocês saberão qual homem melhor se encaixa para ser seu parceiro e fundir-se em tudo que você for trilhar na sua vida. Pois ele terá se aproximado de você não apenas por você tê-lo conquistado, mas por você ser alguém que ele admira e quer também ter ao lado.

Acho que saí totalmente do foco, mas aqui não preciso passar por editor-chefe. Então, espero que tenham entendido o que se passa em minha mente. Devo estar louco e pior, revoltado, né! Rsrsrs mas errado. Estou conseguindo me conhecer a fundo e sabendo melhor quem perfeitamente se encaixa pra fazer parte da minha vida, quando esse dia chegar.

Meeeeeu, escrevi demais... se cansaram de ler, diz ae! Ok... vou colocar um vídeo pra relaxar!



Eu sei. Prometi contar a história desta música em minha vida. Vou cumprir com a promessa! Aguardem!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Você quer portabilidade sexual? Diga Oi!

Caminhando pela Maestro Cardim, coloquei os fones em meu ouvido e na minha playlist estava Gaúcho da Fronteira... sério, eu sou assim, exageradamente eclético, avisei na primeira postagem, não acreditaram, sinto muito! Pois bem... mudei de música e começou a tocar Walking on Broken Glass com Annie Lenox (demais!) e meus passos ficaram de acordo com a música e o clipe (que vergonha!). À minha frente vi dois garotos muito bem aparentados (gostosos) e comecei a segui-los, aliás, a aproximar-me deles, já que coincidentemente estavam trilhando meu caminho. Notei que um denotava (expressão que uso com meu primo quando queremos dizer que um cara é provavelmente gay!) e ultrapassei os dois belos garotos. Ao olhar para o lado, dei um sorriso e disse "oi" para o denotativo e este me deu um sorriso e um sinal de ok com as mãos.
Calma galera! Não aconteceu mais nada do que isso. Mas pra mim foi uma experiência interessante pois sou muito fechado e, de certa forma, tímido. Mas cansei de esperar que a entidade virtual me traga alguém interessante para fazer amizade, sair para um bar ou, claro, algo mais! Quero portabilidade sexual e por isso a partir de agora direi "oi" pra quem eu quiser. Prometo que coloco uma foto minha aqui quando eu ganhar meu primeiro olho roxo! Brincadeiras à parte (pois não distribuirei beijinhos), estou gostando cada vez mais de constatar que, ao menos nas ruas de São Paulo, vem crescendo o número de pessoas que querem levar o flerte para um nível mais interessante!

Aceitam essa sugestão? Vamos praticar isso... sejamos mais atirados! Se o cara te estranhar e você perceber que não é a praia dele (ou que você não é o quisque que ele quer frequentar), bom, é só chegar a ele e dizer: "pow cara, foi mal... pensei que tu fosse o primo da Flavinha! Desencana, um abraço ae, falow!" Boa, né!
Espero que tenham mais sorte que eu. Pois comecei isso hoje na Maestro Cardim e quando cheguei na Paulista, pronto pra metralhar, começou a chover!

O Código Sandero adverte: qualquer indicação, alusão ou menção despropositadamente postada aqui à qualquer empresa de telefonia celular (rsrs) é mera coincidência.


quarta-feira, 11 de março de 2009

O MILK decidiu por mim!

É a mais pura verdade o que está escrito no título. Claro que me refiro ao excelente filme sobre a vida do político e ativista gay Harvey Milk ("MILK - A VOZ DA IGUALDADE"). Agora... por quê então o filme decidiu por mim? Simples e complicado! Ao iniciar este blog fiquei num dilema terrível: se deixava este título que contém o meu apelido ou se criava um pseudônimo para, anonimamente, relatar o que vivo e o que vivi. Confesso que não tenho muita paciência para prestar atenção se algo que escrevo está sendo alarmante demais ou que, no caso, me entregaria de cara! Se tivesse essa virtude creio que manteria meu nome e minha identidade em sigilo.
Pois não vejo problema algum em manter-se no anonimato. Questões de privacidade, preferências, dúvidas, reservas, enfim... criticar alguém que se encontra no armário é desrespeitar a opção alheia. Embora saibamos que se, seguindo o pedido de Harvey Milk, abríssemos todas as portas e deixássemos escancaradas, certamente já teríamos alcançado uma evolução social extraordinária e muitas vidas amargas e sofridas pelo preconceito teriam sido salvas. Pensando neste dilema, e influenciado pelo filme, resolvi não esconder minha identidade; mas também não a publicarei em outdoors (mesmo porque o prefeito da cidade nos proibiu disso!). Sim, o filme decidiu por mim porque me senti orgulhoso de fazer parte deste grupo; que faz parte desta sociedade maluca.
Quero ter a liberdade de escrever aqui sobre minha vida e sobre o que penso e quero que vocês possam ter a certeza que existo e que podem discutir abertamente sobre o que quiserem. Não quero esconder minha identidade. Na verdade acho que preciso fazer isso para ter uma. Mas vocês que não querem abrir suas portas e suas janelas... por favor! Sejam bem-vindos e saibam que não estou de forma alguma criticando-os. Apenas eu, como indivíduo, decidi o que fazer com a minha imagem e vocês precisam se fundamentar nas suas decisões e manter-se firmes, não importa qual seja o caminho escolhido, mas que seja feito com dignidade e sem usar a imagem alheia como escudo (falo com propriedade porque já agi assim e é abominável). Não entenderam? Um exemplo: decidir ficar no armário é uma opção, mas estar ao lado dos amigos héteros e comentar, quando um carinha passa ao lado, "viadinho, filho da puta, vai queimar no inferno... aprende a gostar de buceta!" é uma atitude sem adjetivos suficientes para classificá-la nas escalas mais inferiores da moral e da índole. Este é apenas um exemplo que citei mas gostaria que muitos outros não fossem mais praticados por aí a fora. Quem sabe, se eu chegar à minha velhice gozando plenamente de minhas faculdades mentais, possa apreciar a juventude crescendo e sendo respeitada pelas suas decisões e suas orientações. Um grande beijo e um forte abraço a todos! "Eu sou Sandero e quero recrutar todos vocês!"
... e termino esta postagem com o vídeo do Coldplay: Viva La Vida...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Iniciando com Nostalgia!

É com muito orgulho que inicio o meu blog com esta imagem que me remete ao ano de 2001! A banda Boyzone com a canção No Matter What marcou minha vida de uma forma que relatarei para vocês aqui com detalhes. Mas o que queria deixar marcado aqui, primeiramente, é a importância da música nas nossas vidas, diz ae!
Não importa qual seja o ritmo, estilo, época (mesmo porque sou exageradamente eclético e já fiz meu primo sofrer muito com isso!), mas sim o que ela nos transmite e o que ela nos faz recordar durante muito tempo em nossas vidas. Portanto galera, aumente o som e viva intensamente tudo que surgir à sua volta e depois, para reviver, será preciso apenas pressionar o play e viajar no tempo! Porque "no matter what they tell us, no matter what they do, no matter what they teach us, what we believe is true!!!" Caraaaaca... arrasei!! Fui... beijos...